Um novo relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) indica que se continuarmos no ritmo atual, a geração mundial de resíduos municipais deve aumentar das atuais 2,3 bilhões de toneladas para 3,8 bilhões de toneladas até 2050.
De acordo com o texto final do Panorama Global do Manejo de Resíduos, investir em sistemas eficientes de gestão pode gerar economia para os orçamentos das cidades, reduzir consideravelmente as emissões de gases de efeito estufa e criar milhares de empregos.
Ainda segundo o relatório, a falta de vontade política custa caro à saúde humana, às economias e ao meio ambiente. A projeção é de que os gastos ultrapassem US$ 600 bilhões por ano nas próximas duas décadas.
Para se ter uma ideia, a equipe do PNUMA estima que boas práticas globais no setor têm potencial para reduzir os custos anuais para cerca de US$ 270 bilhões.
Além disso, a adoção de um modelo de economia circular resultaria em um ganho líquido de US$ 108 bilhões por ano, dissociando a questão do crescimento econômico.
Diretor Executivo do PNUMA, Inger Andersen explica que atualmente a ampliação da geração de resíduos está diretamente ligada ao crescimento do PIB e muitos países emergentes lutam sob este fardo.
“Ao identificar medidas concretas para um futuro com mais recursos e enfatizar o papel fundamental dos tomadores de decisão rumo ao lixo zero, o Panorama vem para apoiar os governos que buscam criar sociedades sustentáveis”, afirma Inger.
Já Carlos Silva Filho, Presidente da ISWA (Associação Internacional de Resíduos Sólidos), parceira do PNUMA na produção do relatório, destaca que o guia é um chamado à ação para catalisar esforços coletivos e apoiar soluções ousadas e transformadoras.
“Nosso objetivo é reverter os impactos adversos das práticas atuais e fornecer benefícios claros a todos os indivíduos que vivem neste planeta. Essas ações são fundamentais para acelerar o cumprimento da Agenda 2030”, disse Carlos Silva.
